A primeira coisa que se alcança com o olhar e logo em seguida se perde. O limite que se estende no espaço entre o chão e o céu, cresce em relação proporcional a amplitude da superfície. Neste exercício de estar na paisagem é sempre uma posição de perdedor, talvez por isso seja tão comum na história da arte tantos artistas se dedicarem a eternizar retratos de um tempo, com uma certa luz, em um lugar.
Esta exposição é constituída da incapacidade de eternizar paisagens, por ser ela mesma perecível. Por isso lança mão de um grupo de trabalhos onde a finitude e o declínio do espaço acontecem, estão divididos em três grupos que configuram uma triangulação entre o céu, a terra e a luz, elementos que constituem e desmancham a imagem. As ideias de transformação, mutabilidade e desaparecimento da paisagem se tornam imperativos aqui.
Temos aprendido que propor experiências curatoriais em ambientes virtuais continua sendo um exercício experimental da virtualidade com paisagem contemporânea, assim reunimos trabalhos que só existem enquanto projeto ou que já desapareceram e sobraram apenas seus registros, vários trabalhos em vídeo e que foram criados no ambiente virtual dialogando com evidências de outras materialidades, enfatizando que seus encontros e proximidades geram um novo código que leitura sobre o mundo.
Este lugar tem o intuito de produzir encontros entre gerações e momentos diferentes do tempo, com a certeza que reflexões e composições artísticas produzidas por outras gerações se renovam e se tornam mais complexas quando são novamente incluídas em outros contextos e em outras discussões. Reeditando o modo como olhamos para os trabalhos de arte, no espaço e a luz das nossas paisagens virtuais.
gilson plano
curador
Goiânia , GO , 1986
Sallisa Rosa é natural de Goiânia – Goiás, atualmente vive no Rio de Janeiro.
Atua com a arte como caminho e experiências intuitivas, ficção, território e natureza, sua prática circula entre fotografia e vídeo, mas também instalações e obras participativas.
A sua primeira exposição individual acontece em novembro de 2021 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAM. O trabalho de Sallisa foi destaque na Trienal do SESC em Sorocaba (2021), na exposição Histórias feministas: artistas após 2000 no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MASP) (2019), VAIVEM, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (CCBB) (2019), na Bienal do Barro, Caruaru (2019), Estratégias do Feminino, Farol Santander, Porto Alegre (2019), Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte (2019) e Dja Guata Porã, Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) (2017). Indicada ao Prêmio PIPA 2020
Curadoria
Gilson Plano
Textos críticos
Nutyelly Cena
Sophia Pinheiro
Produção
Malu da Cunha
Projeto Gráfico e Plataforma Digital
Sharmaine Caixeta
Lucas Ywamoto
Comunicação e Assessoria de Imprensa
Seven Star
Aline Borba
Este projeto foi contemplado pelo Edital de Artes Visuais – Lei Aldir Blanc
Concurso nº 03/2021 – Secretaria de Cultura – Governo Federal